sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Texto

Eu

Duas moedas no bolso, em ônibus velho. Lembranças dos bares, os pegas, as drogas, a sujeira que chegou a cegar.
- Próxima! - gritei em voz alta.
Chegando em casa, vejo a coragem embaixo da cama, os sorrisos empanturrados no fundo do armário, as lágrimas de ontem ainda quentes na cabeceira.
- Abaixa esse som, praga!
- Tá, mãe. - disse em um trimbre qualquer.
Nada.

Você

Os carros, as cervejas, as noites, as compras. O medo de morrer. O medo de viver. Amores antigos guardados sob o travesseiro.
- É tudo, tudo tão fácil, é fácil.

Voceu

Se trocar sua fronha e deixar os fantasmas irem embora junto com o orgulho, prometo encontrar o que disse ter embaixo da cama em que durmo.
Você já ganhou sapatos, hoje empilhados no canto do quarto, as cartas amareladas, as pelúcias empoeiradas em uma sacola velha, os discos arranhados.
Dou de presente os dias que a vida têm pra terminar.


(amanhã é doze do seis)

5 comentários:

  1. casa comigo?! *-* sua linda!

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  2. tá, mas a gente namora antes. PEDE LOGO, hoje é o dia!!!

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  3. Ressucitei o Juvenília. E o atualizei também.

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  4. Realmente, dia dos namorados é, no mínimo, inspirador:

    http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2315252

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